Mark Twain - Um porta-voz dos animais / de Jornalismo Cultural de David Arioch.

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Um dos mais proeminentes escritores dos Estados Unidos, o jornalista, romancista e humorista Mark Twain publicou dois livros que fazem parte da lista de obras essenciais da literatura mundial – The Adventures of Tom Sawyer, de 1876, e The Adventures of Huckleberry Finn, de 1885.
No entanto, o que pouca gente sabe até hoje é que Twain foi um importante defensor dos direitos dos animais.


“De todas as criaturas, o homem é a mais detestável. De todas, somente ele possui malícia. Ele é o único que causa dor por esporte e com consciência de que isso causa dor. O fato de que o homem sabe distinguir o certo do errado prova a sua superioridade intelectual em relação às outras criaturas. Mas o fato de que ele pode agir erradamente prova a sua inferioridade moral em relação a toda criatura que não pode”, escreveu Twain em seu livro de ensaios What Is Man?, publicado em 1908.


Na obra, Twain apresenta um homem jovem e um idoso conversando sobre a natureza humana. Enquanto o mais velho, que oscila entre o pragmatismo e o pessimismo, define o ser humano como alguém que vive para si mesmo, o rapaz, como bom questionador, pede que ele se aprofunde em suas explanações, assim equilibrando a discussão. À época, o escritor decidiu lançar What Is Man? de forma anônima, até que se arrependeu de tê-lo publicado quando percebeu que a maioria dos leitores pouco se interessava pelo assunto.
Mesmo após sua morte, em 21 de abril de 1910, em Redding, Connecticut, em decorrência de um ataque cardíaco aos 74 anos, seu livro de ensaios ainda recebeu críticas inflexíveis.
A maior delas talvez seja uma do New York Tribune que qualificou seu livro como uma obra antirreligiosa e sombria, mesmo ele chamando a atenção para questões de grande importância como o tratamento que os seres humanos dão aos animais.

O livro mostra que Twain se preocupava muito com o bem-estar animal. Inclusive, de acordo com informações biográficas, seu tom de voz suavizava ao falar de algum animal, ao contrário do que acontecia quando o assunto era a humanidade.

“Eu não estou interessado em saber se a vivissecção produz ou não resultados rentáveis para a raça humana. Saber que é um método rentável não reduz a minha hostilidade em relação a isso. As dores infligidas aos animais sem o consentimento deles é a base da minha oposição. Os vivisseccionistas têm em sua posse uma droga chamada curare que impede o animal de lutar ou chorar. É um recurso horrível sem qualquer efeito anestésico. Muito pelo contrário, intensifica a sensibilidade à dor. Incapaz de fazer qualquer sinal, o animal é mantido perfeitamente consciente enquanto seu sofrimento é duplicado”, argumenta Twain em carta enviada a London Anti-Vivisection Society em 26 de maio de 1899.

E a inspiração do escritor para se tornar um protetor dos animais veio de sua mãe, Jane Lampton Clemens, que mantinha a casa cheia de gatos, alguns com nomes curiosos como Blatherskite (Fanfarrão) e Belchazar. “Uma vez, ela repreendeu um homem na rua porque ele estava batendo no próprio cavalo”, revela a editora Shelley Fisher Fishkin no prefácio do livro.

Entre as suas histórias mais célebres, e que destaca com clareza a sua sensível perspectiva em relação aos animais, está Jim Smiley and His Jumping Frog que conta a história de um apostador que tem uma rara habilidade de cativar os animais.

“De 1899 a 1910, ele emprestou sua caneta para reforçar os esforços dos dois lados do Atlântico, sendo o porta-voz do movimento pelo bem-estar animal. O que ajudou muito foi o fato de que ele era o mais famoso escritor americano da época”, declara a pesquisadora Shelley Fishkin, PhD em estudos americanos pela Universidade Yale, em New Haven, Connecticut. Outro fato intrigante é que Mark Twain começou sua carreira literária da mesma forma que a iniciou – escrevendo sobre animais. Após o seu falecimento, sua família descobriu que ele havia deixado inúmeras obras inéditas, principalmente contos sobre distintas figuras animalescas capazes de povoar o ideário popular por dezenas de gerações.
 

Trecho do texto do site:-Jornalismo Cultural-David Arioch

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